DISCURSO AZUL
Edvaldo Bronzeado
No dia nacional dos olhos teus,
Imune que já sou anti-gravata,
Eu boto um chorte blu e alpercata
E saio por aí feito um judeu.
Pregando que te amo dou embate,
Usando o meu buquê feito um Sansão
Ao Césio infeliz que desacate
Querendo atomizar teu coração.
No dia nacional dos olhos teus,
Também conhecido por do anil,
Entupo todo cano de fuzil
Com dálias, cravinas e chananas.
A cada maloqueiro três bananas.
A cada feridento um cataplasma.
A cada amenorréica uma cenoura.
Cigarro de fulo a quem tem asma.
Dum frevo faço hino na Pracinha,
Os braços a fidalgos e plebeus,
Eu canto: Se essa rua fosse minha
No dia nacional dos olhos teus.